1° Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S)
"O Príncipe dos Crentes"
O 1º Imam – Ali Ibn Abi Táleb (O Príncipe dos Crentes)
Ele
nasceu na Preciosa Mecca, no dia 13 de Rajab, durante o ano de 600 d.C, isto é,
trinta anos após o nascimento do Profeta Mohammad. Seu pai foi Abed Manáf, mais
conhecido por Abi Táleb; tendo sido o sheikh dos nobres e a segurança do
Mensageiro de Deus (Deus o abençoou e a sua Linhagem, e os saudou), o qual o
criou após a morte de seu avô Abdel Muttâleb, que dele cuidou até os oito anos
de idade. Abu Táleb era irmão de Abdallah Ibn Abdel Muttâleb, genitor do
Profeta Mohammad (Deus o abençoou e a sua Linhagem, e os saudou). Sua mãe foi
Fátima Bent Assad Ibn Háchem, a qual foi uma das primeiras a crer no Mensageiro
de Deus (S.A.A.S.), e era tida como uma mulher excepcionalmente sábia pela sua
índole e carinho para com o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), pois cuidara dele
com apreço especial, defendendo-o contra as injustiças e beneficiando-o. O
profeta Mohammad (S.A.A.S.) dizia: “Ela é minha mãe depois de minha mãe”.
Quando ela morreu o Profeta (S.A.A.S.) chorou muito, envolvendo-a com a própria
camisa ao ser enterrada e rezando por sua alma pronunciando a Tacbira (Allahu
Akbar) por setenta vezes.
A Grande Honra em um Abençoado Nascimento
Quando
Fátima Bent Assad sentiu as primeiras contrações por estar grávida de Ali,
dirigiu-se à Caaba e começou a orar a Deus Supremo em oração fervorosa para que
Ele lhe facilitasse a concepção de seu filho, orando: “Ó Senhor! Eu creio em
Vós e em tudo que de Vós veio em Profetas e Livros, bem como, creio nas
palavras de meu avô Abraão, como creio que ele foi o construtor da “Casa Velha”
(nome dado à Caaba antes do Islam). E pelo direitos de quem construiu esta Casa
e daquele que ainda se encontra em meu ventre, peço humildemente facilitar a
minha concepção!”
Nem
acabara sua oração, as paredes da Caaba se abriram e ela se adentrou nela, para
que depois, as mesmas paredes, voltassem ao seu estado normal. As pessoas
tentaram abrir o cadeado da Porta do Templo de Deus, mas foi em vão. Por fim
todos entenderam que era pela vontade de Deus Supremo que o nascituro viesse a
nascer na Casa mais pura e sagrada do mundo. Fátima Bent Assad permaneceu
dentro da Caaba por três dias, comendo dos frutos do paraíso; e no quarto dia,
ela saiu dali carregando seu filho nos braços. O Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.)
foi o primeiro e o único que nasceu na Caaba e jamais alguém após ele mereceu
tanta magnificência de Deus Glorificado e Sublime, pela sua grandiosidade e
elevada posição junto Dele, foi também o primeiro a receber o nome Ali.
Seu Amparo e Desenvolvimento
O Imám
Ali (A.S) teve o amparo e a educação do Mensageiro de Deus, o qual, apesar de
já ter se casado com Khadija Bent Khualeid, frequentava com assiduidade a casa
do tio Abi Táleb, onde cuidava de Ali, seu priminho, com especial atenção e
carinho, como se Ali fosse o seu próprio filho amado.
Quando o
Imam Ali (A.S) atingiu a idade de seis anos, Coraich estava em séria crise
econômica e Abi Táleb já possuía muitos filhos. Então, o Mensageiro de Deus,
para amenizar a situação de seu tio, propôs-lhe a guarda e a educação do
pequeno Ali levando-o para sua casa onde o garoto cresceu e se desenvolveu.
O Imam
Ali (A.S) sempre trazia a lembrança dizendo: “Vós sabeis do meu conceito através do Mensageiro de Deus, o qual o
abençoou e a gente de sua casa, pelo estreito parentesco e a posição especial,
e que me carregava no colo, quando eu era menino e abraçava e acarinhava
paternalmente, e fazia-me dormir em seu leito. Quantas vezes ele mastigou a
comida e me alimentava. Jamais o decepcionei com mentiras e tampouco em erros
no trabalho. Eu o seguia tal qual como o faz a cria que segue o rastro de sua
mãe. A cada dia, ele me elevava com seu caráter e conhecimento, exigindo de mim
que os cumprisse a risca. Inicialmente, eu era o único que o via se dirigir
todo ano para Herá e, na ocasião, não havia um lar que tivesse abraçado o
Islam, exceto o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), Khadija e eu, que via a luz da
Al-Uahí (Revelação) e ouvia a mensagem divina, sentindo o aroma da profecia”.
Sua esposa
Por ordem
de Deus, o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) o uniu em matrimônio a Fátima “Azzahrá”
Senhora de todas as mulheres; e Deus Glorificado e Sublime assim determinou,
para que a descendência do Mensageiro de Deus se estabelecesse por intermédio
de ambos; e por seu lado o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) falava: “Deus
fez a prole de cada Profeta de sua própria descendência e fez da minha prole
pela descendência deste”, aludindo ao seu primo e genro Ali Ibn Abi Táleb (A.S).
Seus filhos
Ali Ibn
Abi Táleb e sua esposa, Fátima Bent Mohammad “Azzahrá”, tiveram quatro filhos:
os dois Imámes Al-Hassan e Al-Hussein e duas meninas, Zeinab e Omm Colçum (A
paz esteja com todos eles). Entretanto, após a morte de Fátima, o Imám Ali
casou-se com várias esposas e delas teve aproximadamente vinte e três filhos.
Alguns de seus beneméritos
1) Deus o
favoreceu com a grandiosa dignidade desde seu nascimento, pois ele nasceu no
Templo Sagrado de Deus, no âmago da Caaba; e com esta honra ninguém o antecedeu
e nem ocorreu tal fato a alguém depois dele.
2)
Cresceu e se desenvolveu no seio do lar do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) o qual
muito se importou e se empenhou por ele, Ali (A.S).
3) Jamais
se inclinou ou se ajoelhou diante de algum ídolo e não adorou outra divindade
além de Deus Único.
4) Foi o
primeiro homem a abraçar o Islam, como foi o mais antigo em sua fervorosa fé.
5) Quando
Deus Supremo ordenou o Seu Profeta a advertir os que lhe eram mais próximos
para segui-lo em sua missão, o Profeta reuniu a todos e os admoestou sobre Deus
dizendo: “Aquele de vós que me seguir nessa incumbência será
considerado meu irmão, o meu recomendado, meu ministro, o meu herdeiro e
sucessor”.Entretanto,
todos silenciaram exceto o Imam Ali (A.S) que aliás, era na ocasião o mais novo
dentre todos, que se levantou exclamando: “Eu
vos seguirei nesta incumbência ó Mensageiro de Deus!” O Profeta Mohammad
(S.A.A.S.) olhou para o primo e disse-lhe: “Sente-se,
pois és meu irmão, o meu recomendado, o meu ministro, o meu herdeiro e sucessor
depois que eu for”.
6)
Protegeu o Mensageiro de Deus (S.A.A.S) com a própria vida ao permanecer em seu
leito, quando Deus ordenou ao Seu nobre Profeta para emigrar para a cidade de
Medina, seguindo-o depois de ter concluído a devolução dos valores aos seus
próprios donos.
7) Quando
o Mensageiro de Deus (S.A.A.S) confraternizou os muçulmanos entre os emigrantes
e os aliados (Al-Ansari) na cidade de Medina, tomou Ali como seu fraterno
dizendo-lhe: “És meu irmão nesta vida e na eternidade”.
8) A
história testemunha sobre a sua bravura e coragem tão ímpar e tão zelosa defesa
do Islam e seu nobre Profeta. Não havia uma batalha em que o Imam Ali (A.S) não
tivesse participação ativa, tanto é que muitos chegavam a ouvir uma voz vinda
dos céus proclamando: “Não há jovem como Ali e não há espada
como a Zul Fiqar (apelido da espada do Imam Ali)!”
9)
Ninguém obteve no Islam o que o Imam Ali (A.S) obteve em louvor e majestade
diante de Deus Supremo. Até o Alcorão Sagrado o menciona em aproximadamente
trezentos versículos tal qual citou Ibn Abbás, sendo também apontado nos
ahadith (tradições) do Profeta Mohammad. O próprio Profeta Mohammad o reunia
ora com a justiça ora com o Alcorão Sagrado fazendo com que o amor por Ali seja
símbolo da fé e o desprezo por ele um conceito de hipocrisia. O Mensageiro de
Deus fez do Imam Ali a porta da metrópole da sabedoria. Ninguém era tão
reconhecido como o foi o Imam Ali em relação ao Mensageiro de Deus, e o Imam
dizia sempre: “Me questionem antes de me perderem, pois o
Mensageiro de Deus me abriu mil portas de sabedoria e cada uma se abriu em
outras mil”.
Eis que
citaremos a seguir algumas tradições do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.):
“Ali está com a justiça e a justiça está com Ali, e
ambos não se separaram até o Dia do Juízo Final”.
“Ali é a porta do meu conhecimento, revelador à
minha nação, o que propaguei em missões depois que me for. O amor por ele é
símbolo de fé e o desprezo por ele é símbolo de hipocrisia”.
“Ali complementou minha nação”.
“Para cada Profeta há um recomendado e um herdeiro,
e Ali é o meu recomendado e herdeiro”.
“Se os
Céus e a Terra estiverem numa escala e a fé de Ali em outra, prevalecer-se-á a
fé de Ali”.
10) O
Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) o privilegiou com o título de “Amir Al- Mu’Minin”
(Príncipe dos Crentes), e o nomeou seu sucessor no dia de “Al- Ghadir”. Em sua
homenagem desceu a revelação do versículo 3 da Surata 5 (Surata Al Meada):
“Hoje completei para vós; tenho-vos agraciado generosamente, e aponto o Islam
por religião”; bem como Deus Supremo infligiu o sofrimento sobre aquele que
negar a sucessão de Ali e sua glória e omitir o testemunho sobre essa sucessão.
O acontecimento foi registrado nos livros de história, em que, após a nomeação
de Ali Ibn Abi Táleb pelo Mensageiro de Deus para “Califa”, isto é, sucessor
Imam e Governante dos muçulmanos, o Profeta Mohammad ordenou que cada um dos
presentes notificasse os ausentes. Certo homem chamado Al-Hareth Ibn Naaman,
não ficando satisfeito com esta decisão, foi ter com o Mensageiro de Deus na
Mesquita e disse-lhe: “Ó Mohammad (S.A.A.S), tu nos
ordenastes de que não há divindade além de Deus e que és o seu Mensageiro, e
nós aceitamos; nos ordenastes rezarmos cinco orações todos os dias, jejuar no
mês de Ramadan, peregrinar à Caaba, pagarmos o Zacat e concordamos com tudo
isto, porém, como se não bastasse, agora vens impor-nos o vosso primo como
sucessor, preferindo-o a todos os demais dizendo-nos: “Aquele que eu sou seu
soberano Ali o será também! Afinal, isto vem de vós ou vem de Deus?” O Mensageiro de Deus
(S.A.A.S) olhou-o firme e, com os olhos vermelhos pela indignação lhe
respondeu: “Por Deus! Que não há divindade além Dele, que isto
é de Deus e não de mim!” repetindo a frase por três vezes. Al-Hareth se levantou
dizendo: “Por Deus! Se o que Mohammad falou é verdadeiro,
que caia sobre mim pedras do céu ou que se apodere de mim o pior dos
sofrimentos! Saindo dali em seguida”. Logo depois, o Mensageiro de Deus
contou: “… eu vos juro que ele nem chegou a alcançar a sua
camela, caiu-lhe do céus uma pesada pedra, atingindo-o em cheio na cabeça,
matando-o imediatamente”. Posteriormente, desceu uma revelação que diz: “Alguém
inquiriu sobre um castigo iminente e indefensável para os incrédulos.” Surata Al-Maarej __ Surata
70 versículo 1 e 2.
A outra
questão de importância é sobre a omissão do testemunho ocorrido no Al-Ghadir,
sendo que quando o Imam Ali estava na Mesquita de Al-Cufá, durante o seu
califado, ele convocou o povo e falou-lhe do púlpito: “Deus
conjurou todo muçulmano que ouviu o Mensageiro de Deus no dia de Al-Ghadir Khom
dizer: “Aquele que lhe sou soberano, Ali o será também”, uns se levantaram e
confirmaram o que ouviram e outros que ouviram e viram, não se levantaram. Os
que se levantaram foram trinta, dos quais dezesseis participaram da Batalha de
Badr e divulgaram que o Profeta tomou Ali pela mão e indagou aos presentes:
“Sabeis que sou benemérito pelos crentes mais do que eles sobre si mesmo? E
todos responderam-lhe afirmativamente. Então o Profeta Mohammad prosseguiu:
“Aquele que lhe sou soberano, este o será. Deus aprovará quem o aprovar e
amaldiçoará aquele que se inimizar com ele…” Entretanto, a inveja e a aversão
contra o Imam se apossaram de alguns dos presentes, os quais presenciaram
outrora a reunião de Al-Ghadir Khom e posteriormente omitiram o testemunho
sobre a sucessão; dentre eles se encontrava Anas Ibn Málek. O Imam Ali (A.S),
desceu do púlpito e dirigiu-se à Anas questionando-o diante da multidão: “Por
que, ó Anas, não te levantaste com os Sahábas (Companheiros) do Mensageiro de
Deus e confirmaste o que ele afirmara na ocasião, como o fizeram os demais?”
Encabulado, Anas falou: “Ó Príncipe dos Crentes, eu estou com a idade muito
avançada e já me esqueci deste fato”. O Imam Ali (A.S) o olhou de frente e
disse-lhe: “Se estiveres mentindo, Deus te punirá com a lepra e o teu turbante
não bastará para esconder o teu mal”. Nem acabou de sair na Mesquita e a
terrível doença começou a se manifestar sobre o homem, que lamentava em
gemidos: “Deus ouviu a imprecação do servo fiel, porque menti e omiti o
testemunho da sua sucessão!”
11) Deus
o privilegiou para que a descendência do Mensageiro de Deus seja por intermédio
de sua união com Fátima “Azzahra”, a filha do Profeta Mohammad. O Profeta
Mohammad disse certa vez: “Toda semente de um
Profeta, Deus a conservou em sua descendência, e a minha, a transformou da
firmeza deste homem” aludindo
ao seu primo e posteriormente genro, Ali Ibn Abi Táleb (A.S).
12) O
Mensageiro de Deus o incumbiu de sua lavagem e preparação do corpo após a sua
morte, dizendo-lhe: “Ó Ali, serás tu quem se incumbirá da minha
preparação depois do meu fim”; e quando o Profeta faleceu, o Imam se empenhou de
lavá-lo pessoalmente e prepará-lo para sua viagem derradeira, e após a oração
pela alma do Profeta e Mensageiro de Deus, Ali o sepultou no mesmo local onde
morreu.
O Imam Ali (A.S.) após a morte do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.)
Foi-se o
Profeta Mohammad (S.AA.S), deixando atrás de si as suas recomendações
declaradamente alusivas à sucessão do Imam Ali (A.S). Entretanto, ocorreram
situações contraditórias ao Imam e outros homens se apossaram da sucessão do
Mensageiro. Mas, o Imam não quis reivindicar os seus direitos na ocasião, para
que não houvesse cisão entre os muçulmanos, a fim de preservar a sua união. Com
isto, os Sahábas reconheceram a sua benevolência e, em consideração ao seu
parentesco com o Mensageiro de Deus e a importância de sua sabedoria em
solucionar a sucessão pacificamente, passaram a procurá-lo para resolverem
todas as questões jurídicas, sociais e religiosas, sendo apoiado para tal pelo
primeiro Califa Abu Bakr, que dizia, conforme relata a história:“Para
qualquer problema que me era imposto por Deus, não teria a sua solução sem Abu
Al-Hassan!” aludindo
ao Imam Ali (A.S). O segundo Califa Omar Ibn Al-Khattáb também chegou a
falar: “Não fosse Ali, Omar teria sucumbido!”
Assim, o
Imam Ali (A.S) permaneceu à disposição das diretrizes, nas pregações, mantendo
a harmonia entre o povo e a nação islâmica, por longos vinte e cinco anos, isto
é, até o assassinato do terceiro Califa, Othman Ibn Affan. Estando sem um
Califa, a multidão se reuniu com Ali (A.S.) para que assumisse a sucessão, o
que o fez decidido em tomar posse de seus direitos no Califado na condição de
que o povo concordasse em seguir à risca a conduta do Mensageiro de Deus
(S.A.A.S), cumprindo com os direitos dos fiéis e estendendo a justiça e a
igualdade entre as pessoas, pois na ocasião, o povo convivia com o preconceito
e diferenças das camadas sociais, realizando atos contrários ao que o
Mensageiro retratava e propagava.
A Política do Imam Ali na Sucessão
Foi no
ano 35 da Hijra que o Imam Ali (A.S) tomou posse do Califado, centralizando-o
na cidade de Al-Cufá, no Iraque, que se transformou em sua capital. Seu
primeiro empenho foi a supressão do desvio moral, que se apossou da nação islâmica
no plano prático e político, restabelecendo os projetos econômicos, como tinham
sido no tempo do Mensageiro de Deus (S.A.A.S), implantando a igualdade no
trato, e sempre dizendo: “O pecúlio é de
Deus, que será dividido por igual entre vós. Não há prioridade de um sobre o
outro”. Demitiu
sem exceção todos os corruptos que exerciam cargos públicos e que
incompatibilizavam-se com as responsabilidades do cargo, por não procederem com
a lealdade e justiça de acordo com os dogmas religiosos.
O Imam
Ali (A.S) impôs a justiça e puniu severamente o suborno no Governo e a fraude,
dizendo: “Por Deus! Que serei justo para com o oprimido e
julgarei com justiça o seu opressor pela sua insensibilidade, obrigando-o a
cumprir pena, mesmo que desagrade a quem quer que seja!” Assim foi a política do
Imam Ali (A.S), que naturalmente, não agradava a todos, principalmente aos
gananciosos e baderneiros; sobretudo aos fracos espiritualmente, que não se
compatibilizavam com a religião islâmica, os quais tentavam confundir os problemas
e dispersar as suas resoluções e soluções instigando contra ele pessoas como
Moáuiya filho de Abu Sufián, instituído como Governante do Chám (hoje toda a
região da Síria, Palestina e Líbano) pelo segundo Califa Omar Ibn Al-Khattab, e
apoiado posteriormente pelo terceiro Califa Othman Ibn Affán.
Moáuiya
Ibn Abu Sufián perseguia os muçulmanos, incutindo em seus corações o medo e o
terror, matando os inocentes, tomando-lhes pela força as mulheres e se
apropriado de seus bens e riquezas.
A morte do Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.)
No dia 21
do mês de Ramadan do ano 40 da Hijra, o Imam Ali (A.S) foi covardemente atacado
com uma espada envenenada pelo fanático criminoso Abdel Rahman Ibn Môljam,
enquanto ele rezava na Mesquita a Oração do Fajr (Alvorada), morrendo dois dias
depois, como mártir pela causa de Deus. Seus dois filhos, Al-Hassan e
Al-Hussein (a paz esteja com ambos) se incumbiram na preparação de seu funeral
e sepultamento na cidade de Al-Nadjaf, ao sul da cidade de Al-Cufá no Iraque, a
pedido dele, onde o seu túmulo se encontra naquela cidade até os nossos dias,
sendo visitado periodicamente pelos muçulmanos vindo de todas as partes do
mundo.
1) Seu Eterno Legado: A existência do Imam Ali
(A.S) na Terra foi uma grandiosa escola da vida, absorvida pelo conhecimento,
justiça e igualdade entre os homens de bem. Foi o defensor dos oprimidos e
privados da sorte, os quais sempre podiam contar com a sua justiça e
imparcialidade, dando-lhes a vitória merecida e protegendo-os contra os
opressores e malfeitores. O Imam Ali (A.S) adorava a Deus com extrema devoção e
fervor como o fazia o Mensageiro de Deus (S.A.A.S).
O Imam
Ali Ibn Abi Táleb (A.S) deixou-nos um grandioso legado para ser o exemplo dos
procedentes e luz aos adeptos a fim de se dirigirem pelo caminho da orientação,
realização e justiça durante a vida terrena.
Depois da
sua morte, foram reunidos alguns dos discursos deste magnífico Imam (A.S). Suas
pregações e eloquente sabedoria, abordando todos os sentidos da vida, foram
mencionadas no livro intitulado “Nahjul Balagha” (O Método da Eloqüência),
compilado e organizado pelo importante e grandioso sábio Al-Sharif Al-Radi, que
viveu no século quatro da Hijra (século onze do calendário gregoriano).
2) Compilação do Alcorão: A mais importante de suas
realizações foi o empenho do Imam Ali (A.S) em reunir as páginas do Alcorão
Sagrado após a morte do Mensageiro de Deus (S.A.A.S); e sua coletânea era
organizada de acordo com as revelações dos versículos que o Mensageiro de Deus
(S.A.A.S) recebia, anexando à este Alcorão a interpretação de seus versículos,
seus significados e o motivo de suas revelações.
3) O Livro de Fátima: É um livro escrito pelo Imam Ali
e dedicado à Fátima “Azzahra” (A.S.), constituído de importantes discursos e
provérbios diversificados, bem como, a informação da passagem e expressão das
notícias do futuro. Este livro foi escrito e complementado após o falecimento
do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), para que Fátima “Azzahrá” pudesse se distrair
com sua leitura, a fim de amenizar a sua dor pela morte de seu pai, e desde
então, este livro passou a ser conhecido como “O Livro de Fátima”.
4) Al-Çahifa (O pergaminho): É um livro jurídico onde
constam as penas estipuladas diante de agressões físicas ou de crimes contra os
preceitos morais.
5) Al-Jáme’a (Jornada ou Coletânea do Livro
Sagrado): É
um livro ditado pelo Mensageiro de Deus para o seu genro, o Imam Ali (A.S), que
reúne as informações sobre as necessidades lícitas do ser humano, bem como, o
que lhe é ilícito. Abrange o conhecimento da teologia, filosofia, medicina,
direitos, literatura e até engenharia, detalhando tudo em conformidade com o
Alcorão Sagrado.
6) Çahífat Al Fará-ed (O pergaminho dos tributos): O Imam Ali (A.S) registrou
na Çahífat Al-Fará-ed os pórticos dos julgamentos, principalmente no que alude
ao patrimônio e a partilha que o falecido deixa atrás de si, incluindo as suas
riquezas.
7) Al-Jafr (A Chave do Conhecimento Profundo): A denominação “Al-Jafr” foi
composta a um dos portões do conhecimento que o Imam Ali (A.S) adquiriu das
profusões do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), e que o registrou em pergaminhos de
pele de ovinos ou caprinos; e tal conhecimento refere-se aos acontecimentos
futuros e a tudo que os Profetas anteriores ao Profeta Mohammad (S.A.A.S.)
predisseram por inspiração divina; sendo que os Imámes purificados (A.S.)
tomaram como herança preciosa este livro intitulado de “Al-Jafr”.
8) Outras obras do Imam Ali: O Imam Ali (A.S) registrou
diversas obras mencionadas pelos historiadores, tais como os livros intitulados
por “Os Conhecimentos do Alcorão”, “As Bênçãos dos Donativos”, “As Portas das
Jurisprudências” e outros.
Pensamentos do Imam Ali (A.S.)
“Não há
obediência à quem desobedece o Criador”.
“Se
cultivares o mal no coração dos outros, eles o arrancarão do teu peito”.
“Ó filho
de Adão! Aquilo que ganhas acima do teu esforço, estarás armazenando-o para os
outros”.
“Creiam
em Deus, o Qual se falardes Ele vos escutará e se dissimulardes Ele o saberá; e
atentei-vos à morte, pois se fugirdes dela ela vos alcançará, e se resistirdes
a ela, ela vos ceifará, e se a esquecerdes, ela lembrará de vós.”
“Perguntaram-lhe
sobre a fé e ele lhes respondeu: A fé é o conhecimento no coração, a confissão
pela boca e a realização dos pilares”.
“O dia do
oprimido é mais violento para o opressor do que o dia do opressor o é para o
oprimido”.
“A
paciência se define em duas formas: a paciência sobre aquilo que detestas e a
paciência naquilo que desejas”