sábado, 15 de agosto de 2015

1° Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S) "O Príncipe dos Crentes" XIITAS SEGUEM MA SUNA SÃO SUNITAS E SUNITAS SEGUEM A SUNA SÃO SUNITAS (ESTUDE) SEJA UM SALVADORES DA HUMANIDADE

1° Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S) 

"O Príncipe dos Crentes"



O 1º Imam – Ali Ibn Abi Táleb (O Príncipe dos Crentes)
Ele nasceu na Preciosa Mecca, no dia 13 de Rajab, durante o ano de 600 d.C, isto é, trinta anos após o nascimento do Profeta Mohammad. Seu pai foi Abed Manáf, mais conhecido por Abi Táleb; tendo sido o sheikh dos nobres e a segurança do Mensageiro de Deus (Deus o abençoou e a sua Linhagem, e os saudou), o qual o criou após a morte de seu avô Abdel Muttâleb, que dele cuidou até os oito anos de idade. Abu Táleb era irmão de Abdallah Ibn Abdel Muttâleb, genitor do Profeta Mohammad (Deus o abençoou e a sua Linhagem, e os saudou). Sua mãe foi Fátima Bent Assad Ibn Háchem, a qual foi uma das primeiras a crer no Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), e era tida como uma mulher excepcionalmente sábia pela sua índole e carinho para com o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), pois cuidara dele com apreço especial, defendendo-o contra as injustiças e beneficiando-o. O profeta Mohammad (S.A.A.S.) dizia: “Ela é minha mãe depois de minha mãe”. Quando ela morreu o Profeta (S.A.A.S.) chorou muito, envolvendo-a com a própria camisa ao ser enterrada e rezando por sua alma pronunciando a Tacbira (Allahu Akbar) por setenta vezes.
A Grande Honra em um Abençoado Nascimento

Quando Fátima Bent Assad sentiu as primeiras contrações por estar grávida de Ali, dirigiu-se à Caaba e começou a orar a Deus Supremo em oração fervorosa para que Ele lhe facilitasse a concepção de seu filho, orando: “Ó Senhor! Eu creio em Vós e em tudo que de Vós veio em Profetas e Livros, bem como, creio nas palavras de meu avô Abraão, como creio que ele foi o construtor da “Casa Velha” (nome dado à Caaba antes do Islam). E pelo direitos de quem construiu esta Casa e daquele que ainda se encontra em meu ventre, peço humildemente facilitar a minha concepção!”
Nem acabara sua oração, as paredes da Caaba se abriram e ela se adentrou nela, para que depois, as mesmas paredes, voltassem ao seu estado normal. As pessoas tentaram abrir o cadeado da Porta do Templo de Deus, mas foi em vão. Por fim todos entenderam que era pela vontade de Deus Supremo que o nascituro viesse a nascer na Casa mais pura e sagrada do mundo. Fátima Bent Assad permaneceu dentro da Caaba por três dias, comendo dos frutos do paraíso; e no quarto dia, ela saiu dali carregando seu filho nos braços. O Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.) foi o primeiro e o único que nasceu na Caaba e jamais alguém após ele mereceu tanta magnificência de Deus Glorificado e Sublime, pela sua grandiosidade e elevada posição junto Dele, foi também o primeiro a receber o nome Ali.
Seu Amparo e Desenvolvimento
O Imám Ali (A.S) teve o amparo e a educação do Mensageiro de Deus, o qual, apesar de já ter se casado com Khadija Bent Khualeid, frequentava com assiduidade a casa do tio Abi Táleb, onde cuidava de Ali, seu priminho, com especial atenção e carinho, como se Ali fosse o seu próprio filho amado.
Quando o Imam Ali (A.S) atingiu a idade de seis anos, Coraich estava em séria crise econômica e Abi Táleb já possuía muitos filhos. Então, o Mensageiro de Deus, para amenizar a situação de seu tio, propôs-lhe a guarda e a educação do pequeno Ali levando-o para sua casa onde o garoto cresceu e se desenvolveu.
O Imam Ali (A.S) sempre trazia a lembrança dizendo: “Vós sabeis do meu conceito através do Mensageiro de Deus, o qual o abençoou e a gente de sua casa, pelo estreito parentesco e a posição especial, e que me carregava no colo, quando eu era menino e abraçava e acarinhava paternalmente, e fazia-me dormir em seu leito. Quantas vezes ele mastigou a comida e me alimentava. Jamais o decepcionei com mentiras e tampouco em erros no trabalho. Eu o seguia tal qual como o faz a cria que segue o rastro de sua mãe. A cada dia, ele me elevava com seu caráter e conhecimento, exigindo de mim que os cumprisse a risca. Inicialmente, eu era o único que o via se dirigir todo ano para Herá e, na ocasião, não havia um lar que tivesse abraçado o Islam, exceto o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), Khadija e eu, que via a luz da Al-Uahí (Revelação) e ouvia a mensagem divina, sentindo o aroma da profecia”.
Sua esposa
Por ordem de Deus, o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) o uniu em matrimônio a Fátima “Azzahrá” Senhora de todas as mulheres; e Deus Glorificado e Sublime assim determinou, para que a descendência do Mensageiro de Deus se estabelecesse por intermédio de ambos; e por seu lado o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) falava: “Deus fez a prole de cada Profeta de sua própria descendência e fez da minha prole pela descendência deste”, aludindo ao seu primo e genro Ali Ibn Abi Táleb (A.S).
Seus filhos
Ali Ibn Abi Táleb e sua esposa, Fátima Bent Mohammad “Azzahrá”, tiveram quatro filhos: os dois Imámes Al-Hassan e Al-Hussein e duas meninas, Zeinab e Omm Colçum (A paz esteja com todos eles). Entretanto, após a morte de Fátima, o Imám Ali casou-se com várias esposas e delas teve aproximadamente vinte e três filhos.
Alguns de seus beneméritos
1) Deus o favoreceu com a grandiosa dignidade desde seu nascimento, pois ele nasceu no Templo Sagrado de Deus, no âmago da Caaba; e com esta honra ninguém o antecedeu e nem ocorreu tal fato a alguém depois dele.
2) Cresceu e se desenvolveu no seio do lar do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) o qual muito se importou e se empenhou por ele, Ali (A.S).
3) Jamais se inclinou ou se ajoelhou diante de algum ídolo e não adorou outra divindade além de Deus Único.
4) Foi o primeiro homem a abraçar o Islam, como foi o mais antigo em sua fervorosa fé.
5) Quando Deus Supremo ordenou o Seu Profeta a advertir os que lhe eram mais próximos para segui-lo em sua missão, o Profeta reuniu a todos e os admoestou sobre Deus dizendo: “Aquele de vós que me seguir nessa incumbência será considerado meu irmão, o meu recomendado, meu ministro, o meu herdeiro e sucessor”.Entretanto, todos silenciaram exceto o Imam Ali (A.S) que aliás, era na ocasião o mais novo dentre todos, que se levantou exclamando: “Eu vos seguirei nesta incumbência ó Mensageiro de Deus!” O Profeta Mohammad (S.A.A.S.) olhou para o primo e disse-lhe: “Sente-se, pois és meu irmão, o meu recomendado, o meu ministro, o meu herdeiro e sucessor depois que eu for”.
6) Protegeu o Mensageiro de Deus (S.A.A.S) com a própria vida ao permanecer em seu leito, quando Deus ordenou ao Seu nobre Profeta para emigrar para a cidade de Medina, seguindo-o depois de ter concluído a devolução dos valores aos seus próprios donos.
7) Quando o Mensageiro de Deus (S.A.A.S) confraternizou os muçulmanos entre os emigrantes e os aliados (Al-Ansari) na cidade de Medina, tomou Ali como seu fraterno dizendo-lhe: “És meu irmão nesta vida e na eternidade”.
8) A história testemunha sobre a sua bravura e coragem tão ímpar e tão zelosa defesa do Islam e seu nobre Profeta. Não havia uma batalha em que o Imam Ali (A.S) não tivesse participação ativa, tanto é que muitos chegavam a ouvir uma voz vinda dos céus proclamando: “Não há jovem como Ali e não há espada como a Zul Fiqar (apelido da espada do Imam Ali)!”
9) Ninguém obteve no Islam o que o Imam Ali (A.S) obteve em louvor e majestade diante de Deus Supremo. Até o Alcorão Sagrado o menciona em aproximadamente trezentos versículos tal qual citou Ibn Abbás, sendo também apontado nos ahadith (tradições) do Profeta Mohammad. O próprio Profeta Mohammad o reunia ora com a justiça ora com o Alcorão Sagrado fazendo com que o amor por Ali seja símbolo da fé e o desprezo por ele um conceito de hipocrisia. O Mensageiro de Deus fez do Imam Ali a porta da metrópole da sabedoria. Ninguém era tão reconhecido como o foi o Imam Ali em relação ao Mensageiro de Deus, e o Imam dizia sempre: “Me questionem antes de me perderem, pois o Mensageiro de Deus me abriu mil portas de sabedoria e cada uma se abriu em outras mil”.
Eis que citaremos a seguir algumas tradições do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.):
“Ali está com a justiça e a justiça está com Ali, e ambos não se separaram até o Dia do Juízo Final”.
“Ali é a porta do meu conhecimento, revelador à minha nação, o que propaguei em missões depois que me for. O amor por ele é símbolo de fé e o desprezo por ele é símbolo de hipocrisia”.
“Ali complementou minha nação”.
“Para cada Profeta há um recomendado e um herdeiro, e Ali é o meu recomendado e herdeiro”.
“Se os Céus e a Terra estiverem numa escala e a fé de Ali em outra, prevalecer-se-á a fé de Ali”.
10) O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) o privilegiou com o título de “Amir Al- Mu’Minin” (Príncipe dos Crentes), e o nomeou seu sucessor no dia de “Al- Ghadir”. Em sua homenagem desceu a revelação do versículo 3 da Surata 5 (Surata Al Meada): “Hoje completei para vós; tenho-vos agraciado generosamente, e aponto o Islam por religião”; bem como Deus Supremo infligiu o sofrimento sobre aquele que negar a sucessão de Ali e sua glória e omitir o testemunho sobre essa sucessão. O acontecimento foi registrado nos livros de história, em que, após a nomeação de Ali Ibn Abi Táleb pelo Mensageiro de Deus para “Califa”, isto é, sucessor Imam e Governante dos muçulmanos, o Profeta Mohammad ordenou que cada um dos presentes notificasse os ausentes. Certo homem chamado Al-Hareth Ibn Naaman, não ficando satisfeito com esta decisão, foi ter com o Mensageiro de Deus na Mesquita e disse-lhe: “Ó Mohammad (S.A.A.S), tu nos ordenastes de que não há divindade além de Deus e que és o seu Mensageiro, e nós aceitamos; nos ordenastes rezarmos cinco orações todos os dias, jejuar no mês de Ramadan, peregrinar à Caaba, pagarmos o Zacat e concordamos com tudo isto, porém, como se não bastasse, agora vens impor-nos o vosso primo como sucessor, preferindo-o a todos os demais dizendo-nos: “Aquele que eu sou seu soberano Ali o será também! Afinal, isto vem de vós ou vem de Deus?” O Mensageiro de Deus (S.A.A.S) olhou-o firme e, com os olhos vermelhos pela indignação lhe respondeu: “Por Deus! Que não há divindade além Dele, que isto é de Deus e não de mim!” repetindo a frase por três vezes. Al-Hareth se levantou dizendo: “Por Deus! Se o que Mohammad falou é verdadeiro, que caia sobre mim pedras do céu ou que se apodere de mim o pior dos sofrimentos! Saindo dali em seguida”. Logo depois, o Mensageiro de Deus contou: “… eu vos juro que ele nem chegou a alcançar a sua camela, caiu-lhe do céus uma pesada pedra, atingindo-o em cheio na cabeça, matando-o imediatamente”. Posteriormente, desceu uma revelação que diz: “Alguém inquiriu sobre um castigo iminente e indefensável para os incrédulos.” Surata Al-Maarej __ Surata 70 versículo 1 e 2.
A outra questão de importância é sobre a omissão do testemunho ocorrido no Al-Ghadir, sendo que quando o Imam Ali estava na Mesquita de Al-Cufá, durante o seu califado, ele convocou o povo e falou-lhe do púlpito: “Deus conjurou todo muçulmano que ouviu o Mensageiro de Deus no dia de Al-Ghadir Khom dizer: “Aquele que lhe sou soberano, Ali o será também”, uns se levantaram e confirmaram o que ouviram e outros que ouviram e viram, não se levantaram. Os que se levantaram foram trinta, dos quais dezesseis participaram da Batalha de Badr e divulgaram que o Profeta tomou Ali pela mão e indagou aos presentes: “Sabeis que sou benemérito pelos crentes mais do que eles sobre si mesmo? E todos responderam-lhe afirmativamente. Então o Profeta Mohammad prosseguiu: “Aquele que lhe sou soberano, este o será. Deus aprovará quem o aprovar e amaldiçoará aquele que se inimizar com ele…” Entretanto, a inveja e a aversão contra o Imam se apossaram de alguns dos presentes, os quais presenciaram outrora a reunião de Al-Ghadir Khom e posteriormente omitiram o testemunho sobre a sucessão; dentre eles se encontrava Anas Ibn Málek. O Imam Ali (A.S), desceu do púlpito e dirigiu-se à Anas questionando-o diante da multidão: “Por que, ó Anas, não te levantaste com os Sahábas (Companheiros) do Mensageiro de Deus e confirmaste o que ele afirmara na ocasião, como o fizeram os demais?” Encabulado, Anas falou: “Ó Príncipe dos Crentes, eu estou com a idade muito avançada e já me esqueci deste fato”. O Imam Ali (A.S) o olhou de frente e disse-lhe: “Se estiveres mentindo, Deus te punirá com a lepra e o teu turbante não bastará para esconder o teu mal”. Nem acabou de sair na Mesquita e a terrível doença começou a se manifestar sobre o homem, que lamentava em gemidos: “Deus ouviu a imprecação do servo fiel, porque menti e omiti o testemunho da sua sucessão!”
11) Deus o privilegiou para que a descendência do Mensageiro de Deus seja por intermédio de sua união com Fátima “Azzahra”, a filha do Profeta Mohammad. O Profeta Mohammad disse certa vez: “Toda semente de um Profeta, Deus a conservou em sua descendência, e a minha, a transformou da firmeza deste homem” aludindo ao seu primo e posteriormente genro, Ali Ibn Abi Táleb (A.S).
12) O Mensageiro de Deus o incumbiu de sua lavagem e preparação do corpo após a sua morte, dizendo-lhe: “Ó Ali, serás tu quem se incumbirá da minha preparação depois do meu fim”; e quando o Profeta faleceu, o Imam se empenhou de lavá-lo pessoalmente e prepará-lo para sua viagem derradeira, e após a oração pela alma do Profeta e Mensageiro de Deus, Ali o sepultou no mesmo local onde morreu.
O Imam Ali (A.S.) após a morte do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.)
Foi-se o Profeta Mohammad (S.AA.S), deixando atrás de si as suas recomendações declaradamente alusivas à sucessão do Imam Ali (A.S). Entretanto, ocorreram situações contraditórias ao Imam e outros homens se apossaram da sucessão do Mensageiro. Mas, o Imam não quis reivindicar os seus direitos na ocasião, para que não houvesse cisão entre os muçulmanos, a fim de preservar a sua união. Com isto, os Sahábas reconheceram a sua benevolência e, em consideração ao seu parentesco com o Mensageiro de Deus e a importância de sua sabedoria em solucionar a sucessão pacificamente, passaram a procurá-lo para resolverem todas as questões jurídicas, sociais e religiosas, sendo apoiado para tal pelo primeiro Califa Abu Bakr, que dizia, conforme relata a história:“Para qualquer problema que me era imposto por Deus, não teria a sua solução sem Abu Al-Hassan!” aludindo ao Imam Ali (A.S). O segundo Califa Omar Ibn Al-Khattáb também chegou a falar: “Não fosse Ali, Omar teria sucumbido!”
Assim, o Imam Ali (A.S) permaneceu à disposição das diretrizes, nas pregações, mantendo a harmonia entre o povo e a nação islâmica, por longos vinte e cinco anos, isto é, até o assassinato do terceiro Califa, Othman Ibn Affan. Estando sem um Califa, a multidão se reuniu com Ali (A.S.) para que assumisse a sucessão, o que o fez decidido em tomar posse de seus direitos no Califado na condição de que o povo concordasse em seguir à risca a conduta do Mensageiro de Deus (S.A.A.S), cumprindo com os direitos dos fiéis e estendendo a justiça e a igualdade entre as pessoas, pois na ocasião, o povo convivia com o preconceito e diferenças das camadas sociais, realizando atos contrários ao que o Mensageiro retratava e propagava.
A Política do Imam Ali na Sucessão
Foi no ano 35 da Hijra que o Imam Ali (A.S) tomou posse do Califado, centralizando-o na cidade de Al-Cufá, no Iraque, que se transformou em sua capital. Seu primeiro empenho foi a supressão do desvio moral, que se apossou da nação islâmica no plano prático e político, restabelecendo os projetos econômicos, como tinham sido no tempo do Mensageiro de Deus (S.A.A.S), implantando a igualdade no trato, e sempre dizendo: “O pecúlio é de Deus, que será dividido por igual entre vós. Não há prioridade de um sobre o outro”. Demitiu sem exceção todos os corruptos que exerciam cargos públicos e que incompatibilizavam-se com as responsabilidades do cargo, por não procederem com a lealdade e justiça de acordo com os dogmas religiosos.
O Imam Ali (A.S) impôs a justiça e puniu severamente o suborno no Governo e a fraude, dizendo: “Por Deus! Que serei justo para com o oprimido e julgarei com justiça o seu opressor pela sua insensibilidade, obrigando-o a cumprir pena, mesmo que desagrade a quem quer que seja!” Assim foi a política do Imam Ali (A.S), que naturalmente, não agradava a todos, principalmente aos gananciosos e baderneiros; sobretudo aos fracos espiritualmente, que não se compatibilizavam com a religião islâmica, os quais tentavam confundir os problemas e dispersar as suas resoluções e soluções instigando contra ele pessoas como Moáuiya filho de Abu Sufián, instituído como Governante do Chám (hoje toda a região da Síria, Palestina e Líbano) pelo segundo Califa Omar Ibn Al-Khattab, e apoiado posteriormente pelo terceiro Califa Othman Ibn Affán.
Moáuiya Ibn Abu Sufián perseguia os muçulmanos, incutindo em seus corações o medo e o terror, matando os inocentes, tomando-lhes pela força as mulheres e se apropriado de seus bens e riquezas.
A morte do Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.)
No dia 21 do mês de Ramadan do ano 40 da Hijra, o Imam Ali (A.S) foi covardemente atacado com uma espada envenenada pelo fanático criminoso Abdel Rahman Ibn Môljam, enquanto ele rezava na Mesquita a Oração do Fajr (Alvorada), morrendo dois dias depois, como mártir pela causa de Deus. Seus dois filhos, Al-Hassan e Al-Hussein (a paz esteja com ambos) se incumbiram na preparação de seu funeral e sepultamento na cidade de Al-Nadjaf, ao sul da cidade de Al-Cufá no Iraque, a pedido dele, onde o seu túmulo se encontra naquela cidade até os nossos dias, sendo visitado periodicamente pelos muçulmanos vindo de todas as partes do mundo.
1) Seu Eterno Legado:  A existência do Imam Ali (A.S) na Terra foi uma grandiosa escola da vida, absorvida pelo conhecimento, justiça e igualdade entre os homens de bem. Foi o defensor dos oprimidos e privados da sorte, os quais sempre podiam contar com a sua justiça e imparcialidade, dando-lhes a vitória merecida e protegendo-os contra os opressores e malfeitores. O Imam Ali (A.S) adorava a Deus com extrema devoção e fervor como o fazia o Mensageiro de Deus (S.A.A.S).
O Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S) deixou-nos um grandioso legado para ser o exemplo dos procedentes e luz aos adeptos a fim de se dirigirem pelo caminho da orientação, realização e justiça durante a vida terrena.
Depois da sua morte, foram reunidos alguns dos discursos deste magnífico Imam (A.S). Suas pregações e eloquente sabedoria, abordando todos os sentidos da vida, foram mencionadas no livro intitulado “Nahjul Balagha” (O Método da Eloqüência), compilado e organizado pelo importante e grandioso sábio Al-Sharif Al-Radi, que viveu no século quatro da Hijra (século onze do calendário gregoriano).
2) Compilação do Alcorão: A mais importante de suas realizações foi o empenho do Imam Ali (A.S) em reunir as páginas do Alcorão Sagrado após a morte do Mensageiro de Deus (S.A.A.S); e sua coletânea era organizada de acordo com as revelações dos versículos que o Mensageiro de Deus (S.A.A.S) recebia, anexando à este Alcorão a interpretação de seus versículos, seus significados e o motivo de suas revelações.
3) O Livro de Fátima: É um livro escrito pelo Imam Ali e dedicado à Fátima “Azzahra” (A.S.), constituído de importantes discursos e provérbios diversificados, bem como, a informação da passagem e expressão das notícias do futuro. Este livro foi escrito e complementado após o falecimento do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), para que Fátima “Azzahrá” pudesse se distrair com sua leitura, a fim de amenizar a sua dor pela morte de seu pai, e desde então, este livro passou a ser conhecido como “O Livro de Fátima”.
4) Al-Çahifa (O pergaminho): É um livro jurídico onde constam as penas estipuladas diante de agressões físicas ou de crimes contra os preceitos morais.
5) Al-Jáme’a (Jornada ou Coletânea do Livro Sagrado): É um livro ditado pelo Mensageiro de Deus para o seu genro, o Imam Ali (A.S), que reúne as informações sobre as necessidades lícitas do ser humano, bem como, o que lhe é ilícito. Abrange o conhecimento da teologia, filosofia, medicina, direitos, literatura e até engenharia, detalhando tudo em conformidade com o Alcorão Sagrado.
6) Çahífat Al Fará-ed (O pergaminho dos tributos): O Imam Ali (A.S) registrou na Çahífat Al-Fará-ed os pórticos dos julgamentos, principalmente no que alude ao patrimônio e a partilha que o falecido deixa atrás de si, incluindo as suas riquezas.
7) Al-Jafr (A Chave do Conhecimento Profundo): A denominação “Al-Jafr” foi composta a um dos portões do conhecimento que o Imam Ali (A.S) adquiriu das profusões do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), e que o registrou em pergaminhos de pele de ovinos ou caprinos; e tal conhecimento refere-se aos acontecimentos futuros e a tudo que os Profetas anteriores ao Profeta Mohammad (S.A.A.S.) predisseram por inspiração divina; sendo que os Imámes purificados (A.S.) tomaram como herança preciosa este livro intitulado de “Al-Jafr”.
8) Outras obras do Imam Ali: O Imam Ali (A.S) registrou diversas obras mencionadas pelos historiadores, tais como os livros intitulados por “Os Conhecimentos do Alcorão”, “As Bênçãos dos Donativos”, “As Portas das Jurisprudências” e outros.
Pensamentos do Imam Ali (A.S.)
“Não há obediência à quem desobedece o Criador”.
“Se cultivares o mal no coração dos outros, eles o arrancarão do teu peito”.
“Ó filho de Adão! Aquilo que ganhas acima do teu esforço, estarás armazenando-o para os outros”.
“Creiam em Deus, o Qual se falardes Ele vos escutará e se dissimulardes Ele o saberá; e atentei-vos à morte, pois se fugirdes dela ela vos alcançará, e se resistirdes a ela, ela vos ceifará, e se a esquecerdes, ela lembrará de vós.”
“Perguntaram-lhe sobre a fé e ele lhes respondeu: A fé é o conhecimento no coração, a confissão pela boca e a realização dos pilares”.
“O dia do oprimido é mais violento para o opressor do que o dia do opressor o é para o oprimido”.

“A paciência se define em duas formas: a paciência sobre aquilo que detestas e a paciência naquilo que desejas”


2º Imam Al-Hassan Ibn Ali (A.S) 


 Nasceu na cidade de Medina, no Hijaz, no dia 15 de Ramadan do ano 3 da Hijra (626 d.C.). Seu pai foi o Imam Ali ibn Abi Táleb (A.S.) o recomendado do mensageiro de Allah e seu sucessor. Sua mãe foi Fátima “Azzahra”, a Senhora das mulheres do mundo e filha do mensageiro de Allah (S.A.A.S.), o seu avô materno e último dos profetas. Sua avó materna foi Khadija bent Khuaileid, a Mãe dos crentes. Seu avô paterno foi Abed Manaf ibn Abedel Muttâleb mais conhecido como Abu Táleb, sheikh dos nobres e protetor do Mensageiro de Deus. E sua avó paterna foi Fátima Bent Assad ibn Hachen, a segunda mãe do Mensageiro de Deus.Logo que o Imam Al Hassan (A.S.) nasceu seu pai o levou até o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), e este, ao tomar o recém-nascido nos braços exclamou: “Deus te guarde e a teu filho contra o a maldito Satanás”, fazendo em seguida o Azan em seu ouvido direito e Icamat no seu ouvido esquerdo, e depois o chamou de Al Hassan por inspiração de Deus, sendo o primeiro a ter esse nome.
No sétimo dia, o Apóstolo de Deus mandou abater um carneiro em homenagem ao seu primeiro neto, e desde então, o fato passou a ser um preceito e um costume entre os muçulmanos.Seu DesenvolvimentoO Imam Al-Hassan (A.S.) se desenvolveu no convívio com seu avô, O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), o qual sempre o envolvia com seu carinho e compreensão, durante longos oito anos, e, após a morte do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), o Imam Al-Hassan (A.S.) passou a conviver no lar dos seu pais, o Imam Ali e Fátima “Azzahra” (a paz esteja com ambos), onde aperfeiçoou seus conhecimentos da fonte do Islam, na Escola da Revelação, isto é, beneficiando-se da inspiração que lançou sobre a humanidade os raios da sabedoria e da misericórdia.Seu BeneméritoConstam no Alcorão Sagrado muitos dos versículos alusivos aos benefícios e qualidades da Linhagem do Apóstolo de Allah, dentre os quais pode-se consultar:1) O versículo da purificação “At-Tathir”: “… porque Deus só deseja afastar de vós a abominação ó Linhagem da Casa Profética bem como purificar-vos integralmente.” Surata Ahzab, Cap.33, vers. 33.
2) O versículo da polêmica “Al Mobálaha”: “…e diz-lhes: vinde e convoquemos o nossos filhos e os vossos e nossas mulheres e vossas mulheres e nós mesmos e vós mesmos para depreciar afim de que a maldição de Deus caia sobre os embusteiros.” Surata Al Imran Cap.3, vers.61.
3) O versículo da afeição “Al-Mauádda”: “… e dize-lhes: não vos questionareis recompensa alguma senão a afeição aos que me são mais próximos e quem realizar uma boa ação multiplicar-se-lhe as benevolências; Deus é Indulgente e Retribuidor” Surata Ach Chaura Cap.42, vers.23.
Muitas tradições do profeta Mohammad (S.A.A.S.) se referem aos beneméritos do Imam Al-Hassan (A.S.), tais como:“Aquele que se apraz em contemplar o Senhor dos Jovens do Paraíso, deverá então faze-lo olhando para Al-Hassan Ibn Ali”.“Tu ó Al-Hassan te assemelhas a mim e a meu temperamento”.Seus FilhosO Imam Al-Hassan (A.S.) teve quinze filhos, sendo oito do sexo masculino e sete do sexo feminino, gerados por suas várias esposas.Maiores Detalhes sobre sua VidaO Imam Al-Hassan (A.S.) viveu ao lado de seu avô, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e à sombra de seus pais, o Imam Ali e Fátima “Azzahra” (A paz esteja com ambos), e dos três, adquiriu a mais elevada educação, passando a ser um muçulmano exemplar, conhecido pelo conhecimento, fé e caráter, passando a ser o caminho iluminado dos que permaneciam no caminho da razão. O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) dizia sempre: “Al-Hassan é de mim e eu sou dele, e Deus amará aquele que o amar”; e em diversas ocasiões lhe dizia também: “Tu ó Hassan te assemelhas a mim e s meu temperamento”.Eis que a seguir mencionaremos uma breve ilustração sobre sua biografia:1) O Lado Espiritual: O Imam “Assadeq” (A.S.), certa vez falou: “O Imam Al-Hassan Ibn Ali (A.S.) foi um dos mais devotos da sua época, e um dos mais desprendidos e generosos”. O Imam Al-Hassan (A.S.) possuía um espírito elevado que o fazia ficar próximo à Deus O Supremo rogando-lhe o perdão por chegar tão perto… tanto é que quando se aproximava da porta da mesquita, levantava o rosto para o céu e exclamava: “Senhor! O Vosso visitante está à Vossa porta… Ò Misericordioso, eis que chega o imperfeito que sou, e excedas sobre mim o que Tens de melhor pelo que possuo de abominável!”.Quando o Imam Al-Hassan (A.S.) se empenhava na leitura do Alcorão e passava por ele um versículo onde se lia “Yá ayyoha’l Mo-menún…” isto é, “Ó aqueles que crêem…”, parava a recitação e proferia uma frase tipicamente pronunciada durante a peregrinação à Mecca, que diz: “Labbaica Alláhomma Labbaica!”, que significa: “Em atendimento ao vosso chamado Senhor!”A história nos relata que o Imam Al-Hassan (A.S.) peregrinou vinte e cinco vezes à Mecca, e distribuiu metade de suas riquezas aos necessitados em prol da causa de Deus.2) O seu bom caráter: Os historiadores mencionaram em suas obras sobre o caráter e a índole do Imam Al-Hassan (A.S.), e que certa vez estava ele passando por um grupo de jovens que estavam comendo. Hospitaleiramente, o convidaram para acompanhá-los em sua refeição e o Imam aceitou; ao terminarem, ele os convidou à sua casa, onde lhes ofereceu uma mesa farta de iguarias, e para lá se dirigiram.Conta-se que em outra ocasião, o Imám Al-Hassan (A.S.) estava sentado em determinado local quando, ao decidir sair dali, entra um homem paupérrimo. Ao vê-lo, o Imám (A.S.) o cumprimentou trocando com eles algumas palavras e depois, afetuosamente, falou ao homem: “Tu sentaste justamente na hora em que eu ia levantar-me; peço-te pois, permissão para sair”. Apressadamente, o homem lhe respondeu: “Pois sim, ó filho do Mensageiro de Deus! Com isso descobrimos o quanto o Imám Al-Hassan (A.S.) foi humilde e benevolente no seu tratamento para com as pessoas em geral.No que alude à sua nobreza e generosidade, o Imám Al-Hassan (A.S.) jamais negou auxílio à quem o procurava, beneficiando-o com a abundância. Um dia o perguntaram: “Por que jamais negaste algo àquele que te procurou?” E o Imám (A.S.) respondeu-lhes: “Eu procuro à Deus e Ele me tem atendido satisfatoriamente, portanto, eu me envergonharia, na qualidade de apelante, de repelir àquele que me procura por ajuda; além disso, Deus já me fez acostumar-me no seguinte: Ele me gratifica com as suas bênçãos e eu preencho as pessoas com as graças Dele, pois temo que se eu interromper tal costume, possa eu chegar a ficar privado daquilo que Ele me acostumara”.Com isto, o Imám Al-Hassan (A.S.) era conhecido pela sua generosidade e nobreza de caráter, e muitos o denominavam de “Carim Ahl Al-Bait”, isto é, “O Nobre da Linhagem do Profeta”.
Frases do Imám Al-HassanQuando Jenáda Ibn Abi Omaia foi acamado por uma doença terrível que o levou depois à morte, falou ao Imám Al-Hassan (A.S.): “Aconselhe-me ó filho do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.)!” E o Imám (A.S.) lhe respondeu: “Sim, prepara-te para tua viagem e consiga tua fartura espiritual antes que chegue a tua hora derradeira, pois tu pedes o mundo e a morte te convoca, portanto, não te preocupes com o dia que virá no dia em que nele vives, e saibas que nada lucrarás além de tuas possibilidades, porque estará armazenando para os outros, e finalmente, saibas que na vida existe a prestação de contas daquilo que é lícito e a punição daquilo que é ilícito”.“Faça de tua vida como se ela fosse permanente e da tua eternidade como se fosses morrer amanhã”.“Se pretenderes a felicidade sem a sociedade em que vives, e a reverência sem o poder, então saia da humilhação pela desobediência a Deus, para o orgulho pela obediência a Deus Protetor e Majestoso”.“Ó filho de Adão! Abstenha-te de tudo o que Deus abomina e tornar-se-á dos veneradores. Contenta-te com aquilo que Deus lhe reservou e serás rico. Mantenhas a boa vizinhança e te tornarás mulçumano, e sejas amigo dos outros da mesma forma que gostarias que eles os sejam para contigo e serás um dos justos”.“Sempre que Deus abre a porta de uma questão à alguém, lhe reserva a porta do atendimento; e sempre que abre as portas da boas ações de um homem, lhe reserva a porta da aceitação; e sempre que abre a porta da gratidão ao devoto, lhe reserva a porta da abundância”.“A destruição do homem se define em três formas: o orgulho, a cobiça e a inveja. O orgulho destrói a fé e a religião, e por causa dele, o demônio foi amaldiçoado; a cobiça é a inimiga da alma, e por causa dela Adão retirou-se do Paraíso; e a inveja é o agente da maldade, e por causa dela, Caim matou Abel”.Seu Governo como ImamO Imam Al-Hassan (A.S.) tomou posse do Imamato após a morte do seu pai, o Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.), de acordo com a recomendação de seu avô, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), que cumpria a ordem de Deus Supremo para tal, perdurando seu mandato por dez anos, de 40 a 50 da Hijra, correspondente ao ano 661 a 671 d.C.Síntese da situação geral na Era do Imam Al-HassanDepois da morte de seu pai, o Imam Ali (A.S.), no ano 40 da Hijra, o Imam Al-Hassan (A.S.) tomou posse do poder pela vontade do povo. Entretanto Moáuiya, governante da Síria, começou a maquinar formas de lograr e burlar a fé das pessoas, chegando a utilizar o terror quando se tornava necessário, a fim de solidificar o seu governo, perseguindo os partidários e simpatizantes do Imam Ali (A.S.), insultando declaradamente a memória do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), determinando inclusive, que fosse injuriado durante as oratórias nos púlpitos, e a partir daí Moáuiya passou a torturar todo aquele que apoiava o Imam Ali (A.S.), tomando-lhe seus bens, boicotando seus negócios ou mandando matá-los . Assim, o terror de Moáuiya se estendeu com a guerra entre os próprios muçulmanos, particularmente os moradores de Al Cúfa, a capital islâmica de então, subornando os oficiais do Imam Al-Hassan (A.S.) com valores exorbitantes para dissensão do Exército, a fim de entregar-lhe as estratégias do Imam, e por outro lado, corrompia alguns dos amigos do Imam Al-Hassan (A.S.) com o vil metal, para difamar seu prestígio e sua moral.Diante das evidências de uma política astuciosa e da hipocrisia que Moáuiya utilizava em seus vis artifícios e politicagens, através do suborno e da calúnia, para que os próprios oficiais chegassem a trair a confiança do Imam (A.S.), este se viu obrigado a firmar acordo com o déspota governante da Síria, do qual citaremos alguns itens:1) Que Moáuiya procedesse segundo o Alcorão Sagrado e os preceitos do seu Apóstolo.2) Que fossem cessadas as ofensas e injúrias contra o Imam Ali (A.S.), principalmente durante as oratórias nos púlpitos.3) Que a segurança do povo fosse respeitada, principalmente para os xiitas (seguidores do Imam Ali).4) Que ninguém fosse nomeado “Califa” como sucessor de Moáuiya após a sua morte, a não ser o Imam Al-Hassan (A.S.) se ainda estivesse vivo ou o Imam Al-Hussein (A.S.).Entretanto, Moáuiya recusou tais acordos vociferando: “Os acordos propostos por Al-Hassan, estão todos sob os meus pés! Não concordarei com eles por nada!”A morte do Imam Al-Hassan (A.S.)Moáuiya sempre planejou eliminar o Imam Al-Hassan (A.S.), que sofreu vários atentados, até que a última tentativa teve sucesso através de um poderoso veneno ministrado por uma de suas esposas de nome Jaada Bent Al-Ach’ at, atraída por riquezas e um casamento vantajoso com Yazid, filho de Moáuiya, se ela fosse bem sucedida no ato criminoso. Traiçoeiramente, Jaada ofereceu ao Imam Al-Hassan (A.S.) uma iguaria envenenada, ficando ele se debatendo de dores terríveis durante quarenta dias, até que seu fígado se despedaçou, morrendo após este grande sofrimento. Antes, porém, recomendou ser enterrado ao lado de seu avô, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.); entretanto Aicha, a viúva do Profeta Mohammad, recusou que se atendesse ao pedido do moribundo e ele foi enterrado no cemitério do Al-Baqui, em Medina.

3º Imam Al- Hussein Ibn Ali(A.S) "Senhor dos Mártires" SALVADORES DA HUMANIDADE (ESTUDE) SEJA UM ...


3º Imam Al- Hussein Ibn Ali(A.S) 
"Senhor dos Mártires"


Ele 3º Imam Al- Hussein Ibn Ali(A.S) 
"Senhor dos Mártires" 
Nasceu na cidade de Medina, no Hijáz, no dia 3 do mês de Chaaban do ano 4 da Hijra (627d.C), e por ordem de Deus Supremo o Mensageiro de Deus o chamou de Al-Hussein, tomando-o nos braços e sussurrando em seu ouvido direito o Azan e o Iqamat no seu ouvido esquerdo, quando os anjos, acompanhados do Arcanjo Gabriel, surgiram diante do Mensageiro (S.A.A.S.) e o felicitaram pelo abençoado nascimento. 
No sétimo dia o profeta (S.A.A.S.) mandou abater em homenagem do segundo neto um carneiro, tal como fizera com o primeiro neto o Imam Al-Hassan (A.S.).
Seu pai foi o Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.) o recomendado do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Sua mãe foi Fátima “Azzahra” (A.S.), Senhora das mulheres do mundo e filha do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Seu avô materno foi Mohammad Ibn Abdallah, Mensageiro de Deus e último dos profetas (S.A.A.S.). Sua avó materna foi Khadija Bent Khuaileid, (A.S.) a Mãe dos crentes. Seu avô paterno foi Abed Manaf Ibn Abedel Muttâleb mais conhecido como Abu Táleb, sheikh dos nobres e protetor do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.).

Seu desenvolvimento

O Imam Al-Hussein (A.S.) se desenvolveu e cresceu sob a sombra de seu avô, do qual absorveu o ensino do Islam, porém sempre conivente com seu pai o Imam Ali e sua mãe Fátima “Azzahra”(A.S.), juntamente com seu irmão mais velho Al-Hassan. Aliás, ambos são considerados a verdadeira Linhagem da Casa Profética, da Revelação e do Al-Uahi, isto é, da Inspiração.

Seus méritos

O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) fez muitas alusões sobre seus méritos e os méritos de seu irmão Al-Hassan (A.S.) dizendo:

“Por Deus que os amo e amo aqueles que os amam!”
“Aquele que ama Al-Hassan e Al-Hussein o amo também, e a quem eu amo, Deus o ama; e quem Deus ama, Ele fará entrar no paraíso. Porém quem os desprezar, eu o desprezarei, e quem eu desprezar Deus o desprezará, e quem Deus desprezar o lançará no inferno!”
“Al-Hussein é de mim e eu sou de Al-Hussein!”
“Al-Hussein é o neto dos netos!”
“Deus o escolheu para que os justos e beneméritos Imámes sejam da sua semente!”

Seus Filhos 
Al-Hussein (A.S.) teve nove filhos, sendo seis homens e três mulheres.
Seu Ministério
O Imam Al-Hussein (A.S.) tomou posse do Poder depois da morte, como mártir, de seu irmão, o Imam Al-Hassan (A.S.), prolongando-se por onze anos de 50 a 61 da Hijra (aproximadamente do ano de 672 até 683 d.C).
Eis que citaremos parte dos acontecimentos ocorridos durante a época do Imam Al-Hussein:
Moáuiya Ibn Abu Sufián permaneceu no califado de Damasco após a morte do Imam Al-Hassan (A.S.) por mais dez anos, enquanto que o Imam Al-Hussein (A.S.) honrava os acordos ajustados entre seu irmão e Moáuiya. Entretanto, a tirania de Moáuiya aumentara sobre os muçulmanos, perseguindo-os com o terror e a opressão e matando todo aquele que se tornara obstáculo em seu caminho; bem como, ordenando que se trouxesse à tona a lembrança do Imam Ali Ibn Abi Táleb (A.S.) durante as oratórias nos púlpitos com sacarmos e mordacidade, modificando inclusive, muitos dos fatos religiosos.
Moáuiya nomeou seu filho Yazid como seu sucessor e governante dos muçulmanos, apesar de sua fama de devasso e blasfemo, desrespeitador das coisas sagradas e praticante de tudo que é vedado e ilícito diante de Deus Supremo. Quando Moáuiya morreu no ano 60 da Hijra (683 d.C), seu filho Yazid tomou posse do Poder. Imediatamente ele escreveu a todos os Governadores das Províncias para reconhecê-lo, obedecê-lo e defendê-lo com a própria vida e as próprias finanças, determinando executar todo aquele que se opuser a ele. Dentre as Províncias notificadas, Yazid escreveu também para o Governador de Medina, a fim que se notificasse a missiva e seu teor ao Imam Al-Hussein e, caso ele contestasse o seu conteúdo e ordens, deveria ser executado, nem que se pendurasse no cortinado da Caaba, apesar da mesma simbolizar a Unicidade e ser a Casa Sagrada de Deus; pois o Onipotente proibiu terminantemente a agressão e o derramamento de sangue naquele local sagrado.
O Imam Al-Hussein (A.S.) recusou acatar e obedecer as ordens de Yazid dizendo: “Somos da Linhagem da Casa Profética. Somos da fonte da Mensagem de Deus e da revelação dos anjos, e Yazid é um homem devasso e escandaloso, que se embriaga com a bebida alcoólica. Portanto um homem como eu, nem sequer negocia com outro como ele”. A recusa do Imam Al-Hussein foi declarada diante da multidão, desencadeando a sua revolta contra o Governante cruel.
O Imam Al-Hussein (A.S.) decidiu sair da Preciosa Mecca, juntamente com sua família e seus amigos, com destino ao Iraque, para que seu sangue não fosse derramado na Sagrada Caaba e, em obediência a ordem divina que o alertava contra a ingratidão comunicou ao povo iraquiano a mensagem que dizia: “Saio de Mecca por minha livre e espontânea vontade sem descontentamento ou despotismo, mas sim para conciliação e a harmonia da nação do meu avô, o Mensageiro de Deus, e de meu pai Ali Ibn Abi Táleb (A.S.)”. O Imam Al-Hussein (A.S.) mandou a mensagem através de seu primo Moslem Ibn Aquíl; homem integro e valente o qual dirigiu-se diretamente para Al-Cufá notificando o povo que prometera a vitória para o Imam Al-Hussein (A.S.).
Yazid Ibn Moáuiya ordenou ao governador do Iraque Obaid’Allah Ibn Ziád que tomasse as providências mais drásticas contra o povo de Al-Cufá, caso houvesse qualquer contrariedade ao seu arbítrio, executando todo aquele que tentasse ajudar o Imam Al-Hussein (A.S.), e inclusive ordenou ao governador que preparasse um poderoso Exército comandado por Omar Ibn Saad para investir contra o Imam, se este se recusasse mais uma vez em apoiar o filho de Moáuiya Ibn Abu Sufián. Yazid prometeu a Obaid’Allah Ibn Ziád alta posição social, poder e somas fabulosas se ele matasse o Imam Al-Hussein, sua família e seus companheiros.
Quando o Imam Al-Hussein (A.S.) chegou à região de Karbalá e viu-se sitiado no deserto às margens do rio Eufrates, ele tentou dialogar com seus adversários, alertando-os de sua posição e parentesco com a filha do Profeta Mohammad, questionando-os sobre os motivos que os levaram a guerrear contra ele e matá-lo junto com os seus. Infelizmente foi em vão, pois nada disso os demovia de seu intento. Diante da intransigência do inimigo, o Imam e seus companheiros enfrentaram com fé e coragem uma luta feroz e desigual no dia 10 de Muharram do ano 61 da Hijra, apesar desse mês ser tido como sagrado, pois Deus proíbe nele as lutas e as guerras. Naquele dia o Imam Al-Hussein (A.S.) foi barbaramente assassinado juntamente com seus bravos companheiros e irmãos, porém depois de ter sido boicotada à eles a água, não poupando sequer as mulheres e crianças, deixando-os no desespero da sede.
Posteriormente os inimigos se apoderaram de seus valores e queimaram suas tendas. Nem os recém-nascidos escaparam do barbarismo hediondo daquele Exército enlouquecido, e como se não bastasse tudo aquilo, amarraram o corpo do Imam Al-Hussein (A.S.) ao cavalo e o arrastaram impiedosamente pelo campo de batalha para depois cortarem a cabeça de todos os combatentes mortos, afixando-as nas pontas de suas lanças, afim de exibi-las pelas ruas de Al-Cufá, juntamente com os prisioneiros em procissão, formados de mulheres e crianças, para depois levá-los até Yazid Ibn Moáuiya em Damasco, o qual colocou a cabeça do Imam Al-Hussein (A.S.) diante dele e começou a cutucar com um bambu a boca e os dentes da cabeça decapitada, sem o mínimo de respeito, tal qual se procedia no tempo do pré-islâmico, aspirando que seus ancestrais pagãos pudessem presenciar o que estava acontecendo à descendência do Mensageiro de Deus.
Os corpos do Imam Al-Hussein e de seus irmãos e companheiros, permaneceram no campo de batalha em Karbalá por três dias, sob o sol abrasador do deserto, até que o Imam Ali Ibn Al-Hussein, juntamente com um grupo de homens que viviam perto de Karbalá, dos Bani Assad, trataram do sepultamento do Imam Al-Hussein e dos mártires naquele mesma localidade sagrada de Karbalá, reservando um lugar especial para as sepulturas de seu pai Al-Hussein e de seu tio Al-Abbás Ibn Ali Ibn Abi Táleb, e isto, pela posição que Al-Abbás obteve junto a Deus Supremo, por defender a justiça e o triunfo de seu irmão, o Imam Al-Hussein (A.S.).
O papel da mulher na Revolução do Imam Al-Hussein
Antes de ir à luta contra o inimigo que o sitiava, o Imam Al-Hussein deixou os de sua casa e sua prole a cargo de seu filho, o Imam Ali Ibn Al-Hussein, e de sua irmã mais velha, Zeinab Ibn Ali Ibn Abi Táleb (A.S.). Quando o Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) foi acometido de uma grave doença, impossibilitando-o de se levantar de seu leito, sua tia Zeinab, esta grandiosa senhora, reconhecida pela sua íntegra moral e fervorosa fé, e pela eloquência, teve o papel importantíssimo na defesa do Imam Ali Ibn Al-Hussein e os cuidados para com a sua família, bem como, foi magnificente na divulgação dos ideais da revolução de seu irmão Imam Al-Hussein e as estratégias vis dos Omíadas e seus subterfúgios utilizados para obliquar os princípios do Islam, e isto, quando de suas oratórias expressivas na cidade de Al-Cufá diante do ambicioso e ganancioso Obaid’Allah Ibn Ziád, e na cidade de Damasco diante do cruel e déspota Yazid Ibn Moáuiya, retratando o próprio papel da mensagem, o que toda mulher muçulmana deve fazer na sociedade em que vive.
Depois do hediondo massacre no campo da batalha, em Karbalá, Zeinab Bent Ali Ibn Abi Táleb, começou a andar entre os corpos dos mártires com paciência, dignidade e resignação, até chegar ao corpo do Imam Al-Hussein (A.S.), seu irmão já decapitado e com os músculos dilacerados pelas patas dos cavalos. Com infinita tristeza colocou suas generosas mãos debaixo do corpo imaculado de seu dileto irmão e levantou a própria cabeça aos céus clamando com a voz cortante pela profunda mágoa: “Senhor! Aceite esta hóstia para a Vossa Face generosa, se isto for de Vosso agrado Senhor!”
Zeinab Bent Ali Ibn Abi Táleb teve sua posição corajosamente confirmada na cidade de Al-Cufá, quando enfrentou com altivez e dignidade o Governador do Iraque, Obaid’ Allah Ibn Ziád, e em Damasco o Governante Yazid Ibn Moáuiya, dialogando com ambos, sempre com dinamismo, sempre usando o seu hijab sem nunca perder a compostura que Deus retratou sobre ela, principalmente quando o vil Obaid’Allah Ibn Ziád a questionou cínica e sarcasticamente: “O que me dizes do feito de Deus sobre o teu irmão e o infortúnio que recaiu sobre a cabeça dos teus?” Altiva e firme ela lhe respondeu: “Só vejo coisas lindas do que ocorreu com eles, que lhes foi prescrito por Deus para serem mártires, pois eles se revelaram e confirmaram suas raízes! Ó filho de Morgana, virá o dia em que Deus nos reunirá com eles e vós pedirá prestação de contas, e então sentirás na própria alma qual de vós ficará paralisado e despojado da ternura da própria mãe. Ó filho de Morgana!”
Entretanto, quando se defrontou com Yazid Ibn Moáuiya, em Damasco, e diante de todos Zeinab se revelou com maior energia e vigor, surpreendendo-o, pois o tirano usurpador do poder imaginava deparar-se frente a frente com uma mulher frágil, totalmente arrasada por ter sido despojada de seus três filhos e dos entes queridos, todos barbaramente massacrados e assassinados no campo de batalha de Karbalá. Zeinab Bent Ali Ibn Abi Táleb (A.S.) se revelou pela coragem e pela justiça, tal como foi seu pai, o Príncipe dos Crentes, e em seu longo discurso lançou sobre Yazid todo o seu desprezo, diminuindo-o e ameaçando-o dizendo: “… e por Deus, ó Yazid! Tu na verdade cortaste a tua própria pele e feriste a tua própria carne, e terá que responder ao Mensageiro de Deus com coerência de tudo que praticaste ao derramar o sangue de sua descendência, e profanaste as mulheres de sua Casa e de sua prole, que é sangue de seu sangue e carne de sua carne e, na certeza, Deus os reunirá e lhes fará justiça… e eu te conjuro de que, apesar de passar de mim o destino, eis que me encontro diante de ti, para que eu possa te minimizar na condição de tua categoria e proclamar diante do mundo a tua infâmia e aumentar a tua desmoralização, porém, naturalmente, com olhos mergulhados na tristeza e o peito vazio, por pretenderes tomar-nos por ovelhas. É deveras de se surpreender ao preterires e dizimares o Partido de Deus, favorecendo o ímpio Partido de Satanás! E estas tuas mãos, estão pingando do nosso sangue e as bocas devoram de nossa carne por tomar-nos por ovelhas, e isto, pode crer, vos custará pesado tributo, quando somente encontrarás aquilo que tuas mãos ofereceram e vagarás em densas trevas, e, por mais que te empenhas em tua astúcia e se impugnares com todo o teu poder, jamais conseguirás apagar a nossa memória e os atos vergonhosos que praticaste contra nós. Pensas que conseguirá escapar do julgamento do Convocador no dia da tua morte? Sim! Ele te convocará. Saibas, ó criatura vil, que a maldição recai sobre os tiranos e opressores”.
Tanto Zeinab quanto Omm Colçum, ambas filhas do Imam Ali Ibn Abi Táleb e de Fátima “Azzahra” (a paz esteja com elas) se empenharam em propagar e desmascarar o crime hediondo praticado pelos Omíadas contra o neto do Mensageiro de Deus, fazendo com que o povo lamentasse e chorasse a perda tão preciosa.
Em homenagem póstuma à memória do Imam Al-Hussein e sua revolução culminada no dia 10 de Muharram do ano 61 da Hijra (683 d.C), os muçulmanos, e particularmente os xiitas, relembram todo ano este dia tão funesto, para que não seja esquecido o levante que custou a próprio sangue do Imam Al-Hussein, a fim de que sejam preservados na memória dos crentes os princípios do Islam e as lições de coragem, sacrifício e renúncia em prol da justiça e consolidação dos ensinamentos de Deus e seu magnificente preceito.
Os versículos iluminados sobre a nobre cabeça
Muitos fatos ocorreram que são alusivos à magnificente nobreza da cabeça decapitada do Imam Al-Hussein, fatos estes ocorridos durante o trajeto de Karbalá até Al-Cufá e depois para Damasco, enquanto os inimigos arrastavam atrás de si, sob sol escaldante do deserto, os prisioneiros formados de mulheres e crianças das quais constavam os filhos do Imam Al-Hussein, levando consigo as cabeças decapitadas de todos os mártires que pereceram na batalha de Karbalá, exibindo-as e aos prisioneiros pelas cidades por onde passavam até chegarem a Damasco, capital da dinastia dos Omíadas (que reinaram de 661 a 750 d.C.).
Quando exibiram a cabeça do Imam Al-Hussein (A.S.) diante de Obaid’Allah Ibn Ziád, Governador de Al-Cufá, no Palácio do Governo, este, com o olhar aceso de sadismo e satisfação não tirava os olhos da cabeça santificada. De repente, começou a escorrer sangue pelas paredes e saírem labaredas de fogo dos cantos do palácio, como se quisessem alcançar Obaid’Allah o qual apavorado tentava fugir dali, porém, inutilmente, pois o pavor o paralisava, enquanto ele e os presentes ouviam a cabeça falar-lhes em voz alta: “Para onde foges? Jamais escaparás nesta vida, pois estais presenciando a vossa morada na eternidade!” A cabeça só se calou quando o fogo se extinguiu.
Záid Ibn Arqam, certa vez falou: “Eu ouvi a cabeça do Imam Al-Hussein, em Al-Cufá recitar versículos do Alcorão Sagrado, extraídos da surata Al-Cahf: “Acaso pensaste que os ocupantes da Caverna e do Livro foram assombrosos de nossos versículos’” (18:9) e prosseguindo em sua narrativa, Záid falou impressionado: “Nisso senti todo o meu corpo se arrepiar e, surpreso exclamei: “Por Deus, ó Filho do Mensageiro de Deus, que a vossa cabeça é muito mais assombrosa! E não só isso! A cabeça continuou recitando versículos do Alcorão, tais como: “…Eram jovens que creram em meu Senhor e Nós os iluminamos… e aos injustos lançaremos a destruição” (18:13). Depois disso, penduraram a cabeça sagrada numa árvore em praça pública, na Al-Cufá mesmo, e o povo curioso, foi se aglomerando ao seu redor, e todos viram sair dela uma luz brilhante e a ouviram recitar as palavras do Supremo: “E os injustos saberão em qual metamorfose se transformarão!””
Durante o trajeto para Damasco, aconteceram muitos fatos curiosamente magníficos alusivos à cabeça decapitada do Imam Al-Hussein (A.S.), e que mencionaremos alguns a seguir:

Em certo lugarejo, levantaram com a lança a cabeça decapitada do Imam Al-Hussein (A.S.), perto da morada de um monge, onde os algozes descansaram naquela noite. Horas mais tarde, o monge começou a ouvir uma voz enaltecendo a Glória de Deus. Ao sair para averiguar de onde vinha o cântico, viu que a cabeça purificada estava plena de luz e a voz saudando: “A paz esteja contigo ó Abi Abdullah!” O monge desconhecia os fatos do hediondo crime e, pela manhã, foi se informar com as pessoas e eles o informaram de que se tratava da cabeça do Imam Al-Hussein Ibn Ali e sua mãe era Fátima filha do Profeta Mohammad (S.A.A.S.). Pasmado, exclamou: “Ó fatalidade, senhores! Eis que se confirmaram os noticiários e, por ter sido assassinado, os céus lançarão chuvas de sangue!”Pouco depois, o monge foi ter com a sentinela e pediu-lhes a permissão para beijar a cabeça honrada, porém, eles negaram e só o permitiram depois que o sacerdote lhe ofereceu algumas moedas. Quando o grupo partiu com os prisioneiros verificou o dinheiro que o monge lhes pagou, notaram que estava escrito nas moedas o seguinte: “Os injustos saberão em qual metamorfose se transformarão!”

Quando a caravana dos prisioneiros chegou a Damasco com as cabeças dos mártires, envolvidos com panos, foram levados à presença de Yazid Ibn Moáuiya, o qual ordenou que se colocasse diante de si a cabeça do Imam Al-Hussein (A.S.), posta em uma bandeja de ouro. Assim feito, o tirano, com um bambu na mão, começou a cutucar desrespeitosamente a boca e os dentes do Imam Al-Hussein dizendo: “Este dia é pelo dia de Badr!” Quis o cruel governante Omíada aludir vingança para seus ancestrais idólatras, que pereceram pela espada do Islam na batalha de Badr (ano 2 da Hijra, ou seja, em 624 d.C). Entretanto, um dos presentes, ao ouvir as expressões vingativas de Yazid Ibn Moáuiya, e, não mais se contendo exclamou: “Eu vi com os meus próprios olhos o Profeta saciar a sede de Al-Hussein e de seu irmão Al-Hassan e dizer-lhes: “Vós sois os Senhores da Juventude do Paraíso e Deus exterminará quem vos matar e os amaldiçoará e lançará no fogo do inferno”. Ao se ouvir o que o homem acabara de proferir Yazid se enfureceu e ordenou a expulsão dele do recinto. No entanto, um dos presentes era o emissário do rei do Império Bizantino, o qual, ao saber que a cabeça exposta diante dele pertenceu ao neto do Profeta (A.S.), levantou-se indignado e falou para Yazid: “Nós temos em algumas ilhas, cascos do burrico que pertencia a Issa (Jesus) e por isso, fazemos peregrinação todos os anos para estes locais, onde inclusive, se cumprem promessas feitas pelos fiéis, enaltecendo o nosso Profeta! Portanto, dou meu testemunho de que caíste em desgraça ao matar o neto de vosso Profeta!” Naquele momento, a fúria tomou conta do Yazid, o qual, cego de ódio, mandou matar o emissário, o qual antes de ser executado, dirigiu-se em direção a cabeça e beijou-a na testa pronunciando o Testemunho de Fé, e quando foi executado, todos ouviram uma voz clara saindo da nobre da cabeça do Imam Al-Hussein (A.S.) dizendo: “Não há poder nem força maior que Deus Supremo!” Depois disso, Yazid ordenou a retirada da cabeça sagrada e penduraram-na no portão do Palácio. Mas, quando Hend Bent Omar Ibn Suhél, uma das esposas de Yazid, viu a cabeça do Al-Hussein pendurada no portão de sua casa, uma luz saindo dela, o sangue ainda gotejante e não coagulado, exalando um aroma agradável, não mais se conteve e revoltada, entrou na sala de audiência sem o “Hijab” gritando e chorando: “A cabeça do neto do Mensageiro de Deus está pendurada no portão de nossa casa, Ó Yazid!” Desde então, aquela mulher passou a desprezar seu marido pelos seus crimes. A sagrada cabeça do Imam Al-Hussein (A.S.) e as demais cabeças dos mártires de Karbalá, permaneceram em Damasco até que Yazid permitiu à família e aos parentes do Imam Al-Hussein (A.S.) que retornassem para a cidade de Medina, a Iluminada. Mas, antes de partir, o Imam Ali Ibn Al-Hussein (A.S.) pediu a permissão pra levar consigo a cabeça de seu pai e dos demais mártires, no que Yazid consentiu. Durante o trajeto para Medina, o grupo passou por Karbalá, onde enterraram as cabeças com os devidos corpos em suas sepulturas purificadas, e tudo isto ocorreu quarenta dias depois da batalha de Karbalá.