11º Imam Al-Hassan Al-Ascari (A.S)
Al Corão Sagrado Original.
O
11° Imam – Al-Hassan Ibn Ali (A.S) (Nascido em Ascar)
É o Imam Al-Hassan Ibn Ali ficou mais
conhecido como Imam “Al-Ascari” por causa da localidade onde ele morava,
chamada Al-Ascar, na cidade de Samarra, ao norte de Bagdá no Iraque.
O Imam Al-Hassan “Al-Ascari” nasceu
na cidade de Medina no ano de 232 Hijra, correspondente a 847 d.C., partindo
com o seu pai, Ali “Al-Hádi” quando o mesmo foi chamado pelo Al-Mutauaquel,
para se domiciliar na cidade de Samarra, no ano de 243 da Hijra, correspondente
a 858 d.C., permanecendo nela a maior parte de sua vida. Sua mãe chamava-se
Hodsiya, também conhecida por Sausan, uma mulher generosa e devota.
Seus
Filhos
Teve só um filho, que foi o Imam
Mohammad “Al-Mahdi”, último dos Imámes recomendados pelo Apóstolo de Deus.
Seu
Ministério
O Imam Al-Hassan “Al-Ascari” tomou
posse de seu imamato depois do falecimento de seu pai, o Imam Ali “Al-Hádi” no
ano de 254 Hijra (870 d.C.) na cidade de Samarra, ainda no tempo do Califa
abássida Al-Mutazz. Tinha ele a idade de vinte e dois anos prolongando-se seu
ministério por apenas seis anos.
Sua
Biografia e Temperamento
As virtudes e perfeições elevadas que
o Imam “Al-Ascari” desfrutava com a devoção e o bom caráter na bondade e na
castidade, tal como o foram os seus purificados ancestrais, fizeram dele uma
personalidade destacada entre as pessoas, cuja posição apurada e índole
excederam os que se pretendiam se igualar a ele.
Conta-nos
a história que Ahmed Ben Obaidalláh Ben Al-Khalqán, que foi um ilustre que
ocupava importante posição em Khom no Irã, mencionou o Imam “Al-Ascari” (apesar
de sua hostilidade contra os membros da Linhagem do Profeta) dizendo: “Jamais
vi nem conheci alguém em Samarra como Al-Hassan Ibn Ali pela sua orientação,
calma, castidade, fidalguia e importância entre sua gente e os de Bani Háchem,
apesar de ser o mais novo dentre eles, bem como possuidor de moral impecável e
de virtude impar no conceito dos governantes, ministros e os demais!… Lembro
que um dia estive no gabinete do meu pai Obaidallah, que ocupava o cargo de
ministro no Governo Abássida, quando entrou o Imam “Al-Ascari”. Imediatamente
meu pai foi ao seu encontro e o abraçou, beijando-lhe o rosto e fazendo-o
sentar-se ao seu lado olhando-o com admiração; afinal, o Imam possuía uma
presença majestosa e um belo porte, e, ambos começaram uma palestra cultivável,
enquanto que eu presenciava a tudo surpreso e estupefato, pois nunca vira meu
pai agir com alguém desta forma. Depois que o Imam se foi, pedi a palavra ao
meu pai, perguntando-lhe sobre seu procedimento junto ao Imam e ele me disse: “Meu
filho, este homem é o Imam dos Ráfeda (é como eram conhecidos os xiitas, na
ocasião)”. Depois de pequena pausa meditativa, meu pai voltou a falar: “Meu
filho, se caso vier a se dissolver a dinastia dos Bani Abbas no califado te
digo que ninguém é mais indicado dentre os Bani Háchem do que ele; pelas sua
castidade, preservação, devoção, fé e bom caráter! Se tivesses conhecido seu
pai, o Imam Ali “Al-Hádi”, há de convir comigo de que também ele foi um homem
integro, virtuoso, nobre, bom e devoto”.”
O Imam “Al-Ascari” era extremamente
devoto como seus purificados ancestrais. Quando a hora da oração se aproximava,
ele largava tudo o que fazia e se dirigia a genuflexão diante de Deus, como
sinal de humildade diante do Senhor dos mundos.
Um
de seus amigos conta um fato: “Quando estive preso juntamente com o
Imam, ele jejuava durante o dia e orava durante a noite. Nada falava e nada
fazia além da devoção, chegando a tocar os corações dos demais presos, os quais
mudaram seu procedimento rude com ele para um comportamento de amor e
obediência”.
O
Imam “Al-Ascari” também era conhecido por sua bondade e generosidade, ajudando
sempre os necessitados e os pobres, e não havia uma criatura que recorresse à
ele sem que tenha recebido dele o necessário. Certo homem de nome Mohammad Ben
Ali Ben Ibrahim, conta: “Numa feita, estivemos passando por
dificuldades financeiras. Então meu pai me disse: “Vamos até o Imam, pois as
pessoas o descrevem com a generosidade”. Perguntei-lhe: “E tu, meu pai,
conheces o Imam?” E meu pai me respondeu: “Não… não o conheço e nunca o vi, meu
filho”. Mesmo assim fomos ao encontro do Imam e, durante o caminho, meu pai
comentou: “Quem me dera se o Imam pudesse me arranjar 500 dirhams”! E, da minha
parte, retorqui: “E eu meu pai?! Ah se pudesse me dar 300 dirhams!” Quando o
Imam “Al-Ascari” nos recebeu perguntou ao meu pai: “Ó Ali, porque não nos
procurastes antes?” Depois mandou seu servente entregar um saquinho contendo
300 dirhams para mim e um outro contendo 500 dirhams para meu pai. Parecia que o
Imam adivinhava a nossa necessidade!”
O
Imam “Al-Ascari” teve uma peculiaridade sem par, e esta dádiva era o seu
conhecimento de diversas línguas humanas, inclusive a linguagem dos animais.
Abu Hamza conta o seguinte: “Já escutei mais de uma vez, o Imam falar
com seus servos nos idiomas de suas origens, inclusive o turco e o grego.
Surpreso, me perguntava: “Ora, este Imam nasceu em Medina e não transitava fora
de seu lar, como ele sabe tantas línguas?!” Enquanto eu meditava sobre o
assunto, surgiu ele diante de mim dizendo: “Deus Protetor e Majestoso mostrou
seu amor àquele que Lhe agradou dentre suas criaturas e o privilegiou com o Dom
do conhecimento, pois Ele é conhecedor de todas as línguas, as gerações e
conhecimentos, e não fosse assim, não haveria diferenças entre os eleitos e o
resto da humanidade”.”
Todos os Imames despenderam grandes
empenhos científicos em prol da propagação dos princípios da mensagem islâmica
e o conhecimento de seus diversos preceitos, treinando professores, eruditos e
pensadores, os quais trabalhavam pela nação islâmica. E o Imam Al-Hassan
“Al-Ascari” por sua vez, teve o seu turno científico junto à Escola dos Membros
da Linhagem do Profeta, a qual se destacou na ocasião pela sua autenticidade e
suas regras que seguiram a jurisprudência, as tradições, a interpretação e a
filosofia através da preparação dos relatores e dos discípulos, os quais
difundiram o pensamento islâmico.
Ditos
do Imam
“O
maior devoto é aquele que contesta a suspeita. O mais piedoso é aquele que
cumpriu com os tributos. O mais indiferente é aquele que abandona o ilícito. O
mais aplicado é aquele que se distanciou das culpas”.
“A
devoção não é pelo excesso do jejum nem da oração, mas pela meditação nas
questões de Deus”.
“O
pior no crente é quando ele sentir um desejo que o deprecie”.
“Quem
exortou seu irmão secretamente, o respeitou; e quem o exortou publicamente o
ofendeu”.
“O
filho que afronta seu pai na infância, encontrará os revezes da vida quando
adulto”.
“As
malícias tornaram-se a casa e a mentiras suas chaves”.
“Educando
a si mesmo, evitarás o que desprezarias nos outros”.
“Nada
supera dois hábitos: o hábito da fé em Deus e o hábito de favorecer aos
irmãos”.
“Quem se apoiou no inútil, apossou-se
dele o arrependimento”.
“O
amor dos inocentes aos inocentes é recompensa aos inocentes; o amor dos
explosivos aos inocentes é virtude para os inocentes; o desprezo dos explosivos
sobre os inocentes é belo para os inocentes e o desprezo dos inocentes aos
explosivos é vergonha sobre os explosivos”.
“Somente o grato reconhece a graça e
só agradece quem é reconhecido”.
“Pertenceis
a períodos imperfeitos e a dias contados, e a morte é imprevisível. Quem planta
o bem colhe a alegria e quem planta o mal colhe o arrependimento; para cada
semeador o que colheu”.
A
situação política na época do Imam “Al-Ascari”
O Imam Al-Hassan “Al-Ascari” passou a
maior parte de sua vida, na capital Abássida, Samarra, com seu pai, o Imam Ali
“Al-Hádi”, e acompanhou todos os acontecimentos que assolaram o seu genitor
quando ele permanecia sob rigorosa vigilância. Depois do falecimento de seu
pai, o Imam “Al-Ascari” viveu por mais sete anos, e, sob o governo Abássida
passou por cinco califas: Al-Mutauaquel, Al-Mustaín, Al-Muutazz, Al-Mohtadi e
Al-Mootamed. A situação do Imam foi como a de seu pai.
Na época do Imam Al-Hassan
“Al-Ascari” ocorreram fatos e problemas em relação a dinastia Abássida
enfraquecendo-a e provocando o domínio de correntes revoltosas e dos turcos. A
revolta contra o califado poderia melhorar a situação do Imam e seus companheiros,
porém, ocorreu o contrário, aumentaram mais as pressões, principalmente durante
o califado de Al-Mootamed, filho de Al-Mutauaquel o qual cobrava qualquer
atividade do Imam, por mais simples que fosse; e o Imam se viu obrigado a
permanecer na cidade de Samarra, marcando presença no palácio real, contra a
própria vontade, todas as segundas e quintas-feiras, fazendo-o sentir-se
contrariado em seu princípios e temeroso, aconselhando e alertando seus
companheiros a diminuírem suas visitas a ele a fim de resguarda-los contra a
perseguição e a prisão, pois Al-Mootamed o aprisionara por várias vezes,
utilizando motivos infundados. Certa, vez quis aprisioná-lo, sem porém
encontrar algum subterfúgio para tal, então mandou prender e torturar os
companheiros do Imam de forma injusta e cruel.
As inquietações aumentaram nos países
islâmicos, e a pobreza se alastrou entre o povo e caíram em depressão a
economia, a saúde e a segurança, e se espalhou a pestilência em todo o Iraque,
aumentando o sofrimento em toda parte. A própria história nos relata que
pereceram milhares e milhares de vítimas em consequência da epidemia que os
assolou, por volta do ano 258 da Hijra correspondente ao ano de 874 d.C.; e,
enquanto a pobreza, a fome, as epidemias, a opressão, a insegurança e a má
administração e as suas inquietações imperavam na sociedade, os palácios dos
governantes se acumulavam de escravas e escravos; de indiferenças e
brincadeiras; de jóias e presentes; de luxúria e louca diversão; de
esbanjamento e negligência na Casa da Moeda dos muçulmanos. Até que explodiram
as revoluções e os levantes em toda a parte, impelindo o povo à rebelião pela
aflição de sua situação insuportavelmente ruim. Por seu lado, o Imam Al-Hassan
“Al-Ascari” rejeitava a política do Estado e da dinastia Abássida,
hostilizando-a desaprovando categoricamente suas atitudes.
Por isso, as autoridades Abássidas o
chamaram e aos seus companheiros para depoimento, sob pressão e, finalmente os
aprisionaram, especialmente diante do ideal de seu filho, o Imam Mohammad “o
esperado”. As autoridades Abássidas observavam com desconfiança o Imam
“Al-Ascari”, assim como observavam suas mulheres, pois queriam triunfar sobre
seu filho, o Imam Mohammad “Al-Mahdi”, para eliminá-lo a fim de preservarem
seus bens ilícitos e apagar o fogo de suas preocupações.
Preparação
para a ausência do 12º Imam
O
empenho maior do Imam Al-Hassan “Al-Ascari” era a preparação da nação para a
ausência de seu filho o Imam Mohammad “Al-Mahdi”. Para isto, o Imam Al-Hassan
“Al-Ascari” anunciava aos que lhe eram chegados e a seus seguidores o
nascimento de seu filho Mohammad “Al-Mahdi” esclarecendo-lhes a sua longa
ausência e sua ruptura para com a humanidade. Ele os preparava psicológica e
espiritualmente para tal. Por outro lado, trazia seu filho Mohammad “Al-Mahdi”
às reuniões particulares para que os seus seguidores o conhecessem. Além disso,
ele só compareceu em assembleia pública depois que seu pai faleceu, para rezar
a oração fúnebre. No evento, estava presente o irmão do Imam falecido, que se chamava
Jaafar, o qual se propôs a recitar a oração diante da imensa multidão, porém,
repentinamente eis que surge um menino e diz ao seu tio: “É com a vossa
permissão meu tio, pois na qualidade de filho, sou prioritário para a recitação
da oração”. E o Imam “Al-Mahdi” orou pela alma de seu genitor, o Imam
Al-Hassan “Al-Ascari” e depois desapareceu dos olhares. Tinha ele na ocasião
somente cinco anos de idade.
A
Morte do Imam Al-Hassan “Al-Ascari”
Ao saberem que o 12º Imam preencheria
o mundo com a justiça e a paz, aniquilando a opressão e os injustos, os
governantes Abássidas, aumentaram ainda mais o cerco e o controle sobre o Imam
“Al-Ascari”, o qual foi exposto várias vezes às torturas na prisão, sendo a
última vez durante o califado de al-Muutamed, que ao ver o quanto o Imam era
procurado pelo povo, apesar das perseguições e do controle, decidiu se livrar
dele, mandando envenená-lo secretamente. Consumado o crime, o Imam faleceu
envenenado no ano 260 da Hijra, correspondente a 875 d.C.
Quando se espalhou a notícia de sua
morte, Samarra em peso estremeceu num único tumulto, parando toda e qualquer
atividade no comércio e nos mercados, tremulando no ar a bandeira do luto e da
tristeza, enquanto o povo seguia o féretro, profundamente entristecido, em
cínica simulação e hipocrisia, os oficiais, autoridades e altas personalidades
acompanharam o passamento, por temerem uma reviravolta no governo; por outro
lado, alastraram a notícia de que “era falsa a prisão do Imam Al-Hassan e que
ele morrera de morte natural e subitamente”.
O Imam Al-Hassan “Al-Ascari” foi
enterrado ao lado de seu pai, o Imam Ali “Al-Hádi”, em sua residência em
Samarra.
Depois da morte do Imam Al-Hassan a
herança do falecido foi dividida entre o irmão deste e sua mãe, a fim de
esclarecer ao povo de que o Imam Al-Hassan não tivera filhos vivos, para que os
muçulmanos desistissem da ideia de um 12º Imam que implantaria um governo de
paz e justiça. Porém, nos bastidores o califa Abássida al-Muutamed nomeou
espiões à procura do Imam Mohammad “Al-Mahdi” filho do Imam Al-Hassan, a fim de
eliminá-lo, perseguindo os parentes e amigos mais íntimos do Imam, insistindo
com eles em saber sobre o paradeiro de seu filho, mas Deus, em sua Onipotência,
não permitiu o sucesso da jornada criminosa dos desprezíveis opressores,
protegendo o Imam Oculto (A.S.) contra os facínoras e suas mãos manchadas de
tanto sangue inocente.
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